sexta-feira, 11 de maio de 2012

SENHOR CRIADOR























Eu estou surfando nas pedras,

e você? , que tipo de favor é este?,

está todo picotado os seus olhos,
ou é apenas a minha vista que é cega?,

e não adianta me virar as costas,
outra dor no corpo, outra febre de louco,
ao fim, tudo em sua hora,

senhor criador,
se estou rodeado de sua semelhança,
então me diga o por que de tanta lambança?,

senhor criador,
que é o dono de quem?,
cachorro louco não pede pão há ninguém,

as pedras atiradas estão juntas
e eu quase posso toca-lo desta montanha,

ou você não percebeu minhas mãos
puxando o seu manto?,

entre o caminho de volta para casa,
o som do silencio se manifesta,
não é inverno, não é outono,
verão ou primavera,

senhor criador
é esta a sua blusa que me serve para te encobrir?

senhor criador,
as obras das minhas mãos  se desmontam,
é um tapa de graça no centro do rosto,

e outro dia qualquer, eu ouvi vozes chorando escondido por desgosto.






LEANDRO OCSEMBERG

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