domingo, 17 de junho de 2012

FÚRIA POÉTICA





















Sinto-me enganado,
você me enganou?,

eu não pedi este anseio profundo,
eu jamais insisti que duraria para sempre,

dez anos de vida para cada dedo do meu corpo ainda é pouco,

é uma vida inteira para aprender o que é o amor,

sinto-me  traído,
traído pelos deuses,
toda noite é pequena para sonhar com isto,

meu anjo se aproxima,
em suas asas eu vou calmamente,
ele me recebe em seus braços e me segura nesta fúria,

ele me alimenta de esperanças
sobre um sol quase apagado,

dez anos de vida para cada dedo do meu corpo ainda é pouco,

é uma vida inteira para aprender o que é o amor
e seus sentimentos de fúria e revolta na injustiça cavada,

os dias duram tão pouco, insuficientemente para buscar a verdade,

traídos pelos deuses, toda noite poética esta se desmanchando,
toda a inspiração esta se desfazendo em minhas mãos,

e só no fim da tarde de inverno
eu vejo a felicidade brilhando nos olhos do meu anjo,

ele é tudo o que sobrou para mim.



LEANDRO OCSEMBERG

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