domingo, 10 de abril de 2011

NA LÁPIDE II

        

















   


     tributo a sétima alma

Enquanto eu tocava seu rosto
tão suavemente como o vento na pele,

uma chuva de raios rasgava o céu
uma chama possuía nossos espíritos em febre,

sonhos despedaçados tragam a vida em suspiros
nas mãos de quem nos ama, de quem nos fere,
seu olhar é como o sol, uma lamina mortal,

como um ladrão na noite, nos becos escuros
de uma vida qualquer, não se pode deixar de notar
que o susto é um fato ocasional, impacto emocional,

as lágrimas de um anjo perdido, soam profundamente
no decorrer da noite, as almas estão ouvindo,
mas seu socorro parece não redes, entregue ao desprezo,

seu aferidor, seu próprio, seu deus de criação amorosa,

sonhos de amor e carinho, não fazem mais juízo
em um mundo de poder, ganancia e riqueza,
Deus não falhou, mas sua resistência persiste
em nosso coração em tão profunda fraqueza,

o céu esta vermelho na escuridão de seu mundo
nenhum anjo virá esta noite para socorrer-me,

eu irei me esconder no inferno, nunca ouve o que temer,
meu nome jaz cravado na lápide de seu coração,

é o fim dos tempos saber que Deus esta triste,
que seu maior dom no mundo esta há um suspiro de acabar,

em seu lugar, qualquer um faria justiça ou vingança,
diga que eu sou louco, e eu aponto a loucura do inferno em sua vida,

suas escolhas, seu medo, sua dor, seus desejos imundos,
o inferno tem um demônio separado para cada um de nós,

é no aconchego da solidão que surge a visão,
é no desprezo que vemos como um todo,
e nas feridas o caminho para se levantar, mas..
diga que no final da noite, você se lembrará das rosas,

eu vejo nas poças d'água um céu obscuro,
a ventania que traz a paz, também trouxe a guerra,

a guerra que nós inventamos para nós mesmo sermos
os donos de nossa própria vitória, donos dos nossos feitos
e senhores de nossas escolhas, deixando de lado algo real,

o olhar de Deus sobre nossas cabeças.



LEANDRO OCSEMBERG

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