domingo, 1 de abril de 2012

NOS PAÇOS DE UM MORIBUNDO

                                                   


                           














Enquanto nós
suspirávamos lentamente
sobre nossos olhares profundos,

suas mãos tocavam meu rosto
entre a  dor que jaz em meu sangue,

em sua ternura fantástica e admirável,
a essência do meu coração se completa
em uma única vez na vida,

entre os anos que se perderam
de nossas infâncias inocentes,

nossas certezas brotavam
em tão profunda terra de medos,

e não seria a ultima vez
que nossos corpos queimariam,


em meu olhar tão distante
na miragem de minha imaginação,

seu sorriso vive como uma luz
de caminho único e verdadeiro,

a sinfonia que me inspira surge
no toque simples e leve de suas mãos,


em corpo moribundo e despejado
o tempo leva minhas marcas,
tão inesperado como a surpresa do por do sol,

como a luz morta da lua
em uma noite carregada,

você me acolhe como o vento
se mostra nos papeis jogados ao relento,

o amor é uma flecha dourada,
a proteção divina e alcançada,
nos prados do paraíso,

uma luz cintilante
que ilumina toda a escuridão que assola
os passos vagos e solitários de um moribundo qualquer.





LEANDRO OCSEMBERG


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