Enquanto nós
suspirávamos lentamente
sobre nossos
olhares profundos,
suas mãos tocavam
meu rosto
entre a dor
que jaz em meu sangue,
em sua
ternura fantástica e admirável,
a essência do
meu coração se completa
em uma única vez
na vida,
entre os anos que
se perderam
de
nossas infâncias inocentes,
nossas certezas
brotavam
em tão profunda
terra de medos,
e não seria a
ultima vez
que nossos corpos
queimariam,
em meu olhar tão
distante
na miragem de
minha imaginação,
seu sorriso vive
como uma luz
de
caminho único e verdadeiro,
a sinfonia que me
inspira surge
no toque simples e
leve de suas mãos,
em
corpo moribundo e despejado
o tempo leva
minhas marcas,
tão inesperado
como a surpresa do por do sol,
como a luz morta
da lua
em uma noite
carregada,
você me acolhe
como o vento
se mostra nos
papeis jogados ao relento,
o amor é uma
flecha dourada,
a proteção divina
e alcançada,
nos prados do
paraíso,
uma
luz cintilante
que ilumina toda a
escuridão que assola
os passos vagos e
solitários de um moribundo qualquer.
LEANDRO OCSEMBERG
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