quinta-feira, 19 de abril de 2012

MEDO


















Eu observo as lágrimas,

elas secam suavemente sobre o olhar,
antes de escorrer pelo seu rosto,

você me disse uma vez
que não se deve tocar as rosas,
elas desbotam nas palmas das mãos,

mas é impossível  observar
este sonho e não toca-lo,

você sempre diz como é o sol
quando chega o inverno,
tentando aquecer o frio
que nos afasta na noite solitária,

você sempre põem suas mãos
sobre o lençol e abana sua poeira,
sempre com um sorriso nos lábios
e um brilho no olhar,

e impossível não notar
as folhas secas no ar,

elas caem, e caem, entre milhares de outras,
perseguindo pelo ar sua estratégia ,
uma queda livre sem medo algum,

e você sempre disse sobre cada pingo da chuva,
e onde o sol se esconde nos quadros sem moldura.




LEANDRO OCSEMBERG

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