terça-feira, 27 de março de 2012

POESIA MORTA



















Simples poema
escrito nas veias da vida,

borrado, rasgado e esquecido por entre linhas,

um pequeno parágrafo
de leve toque sem rima,
é a dor da perda que faz assim,

lá vem ela tomando conta de mim,
desfila pelas vielas, cantos insolentes
e esquecidos pela escuridão,

e lá pelos anos cinquenta
sua ditadura era só o brilho das rosas,
no encanto pelas ruas e nos olhares de belas senhoras,

abana o rabo, pobre cachorro abandonado,
sem dono, ou coleira no pescoço,
é apenas mais uma vitima do descaso,

pobre poeta que escreve na guerra
mais uma de suas belas emoções,

sem saber o impacto da bomba
fala de soldados sorridentes na canções,
e de um general com medo de mais uma baixa na sua rendição,

querendo voltar para casa nos jogos de figurinhas
que seus netos ainda o chamam na sala ou no sotão,

se apressa na varanda para ler o jornal
e balançar na cadeira na paisagem de sua admiração,


um pequeno parágrafo
do leve toque sem rima,
é a dor da perda que faz assim,

na poesia morta escrita do inicio ao fim.







LEANDRO OCSEMBERG




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