quarta-feira, 18 de abril de 2012

O ESCRITOR DA VIDA



















Você desenha estas linhas
tão ardentes em lágrimas de purpurina,


rabisca  sombras em seus livros,
um voto para cada salvação,
sem nenhuma certeza para o coração,
por árvores na floresta negra de ingênua invenção,


senhor escritor,
você me confunde com seus desejos,
e faz as injurias ganharem apelos,


eu me ajoelhava sobre as rochas
que ardiam meus olhos,
e fiz delas um passatempo perdido,


eu costumava a lembrar
do banho de sangue que me salvou da masmorra,
mas igual a você não há como continuar nadando neste mar,


senhor escritor,
caído ao chão são apenas velhos desejos,
iluminados a luz de velas, pobres e com defeitos,
suas duvidas são apenas medos,


senhor escritor,
meu silencio cavalga dentro da chuva,
solitário e sozinho perambula pela ruas,

ele se perde toda vez que olho fixamente  nas linhas das minhas mãos,

toda vez que o sol surge sobre minha memoria distorcida e vencida pela dor alheia.





LEANDRO OCSEMBERG

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