Você desenha estas linhas
rabisca sombras em seus livros,
um voto para cada salvação,
sem nenhuma certeza para o coração,
por árvores na floresta negra de ingênua invenção,
senhor escritor,
você me confunde com seus desejos,
e faz as injurias ganharem apelos,
eu me ajoelhava sobre as rochas
que ardiam meus olhos,
e fiz delas um passatempo perdido,
eu costumava a lembrar
do banho de sangue que me salvou da masmorra,
mas igual a você não há como continuar nadando neste mar,
senhor escritor,
caído ao chão são apenas velhos desejos,
iluminados a luz de velas, pobres e com defeitos,
suas duvidas são apenas medos,
senhor escritor,
meu silencio cavalga dentro da chuva,
solitário e sozinho perambula pela ruas,
ele se perde toda vez que olho fixamente nas linhas das
minhas mãos,
toda vez que o sol surge sobre minha memoria distorcida e vencida
pela dor alheia.
LEANDRO OCSEMBERG
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