terça-feira, 24 de abril de 2012

INVENÇÕES





















Eu encontrei uma ideia no meio do caminho,
mas ela não falou comigo,

e de todas as coisas estupidas que eu conheci,
nenhuma se compara as águas sujas de um rio qualquer,

há um viajante na estrada
e ele esta indo, as vezes só,
outrora acompanhado pelo seu assobio,

há uma luz no céu
que faz sombra sobre as cabeças com véu ,

e de todas as coisas simples que aprendi,
nenhuma se iguala a este desejo de viver,

do outro lado da ponte
há uma linda donzela que chora,
amores partidos, sentimentos ofendidos,

que tipo de dor é esta que inventamos?,
que vida desenhamos acreditando em que divindade?,

e de todas as coisas boas que me ensinaram,
nenhuma é tão certa como os olhos podem ver,

no galho de um velho arbusto,
um pássaro canta solitário e triste,

seu ninho destruído, seu destino divido,
que invenção há para um coração ferido?,

há uma porta do outro lado da estrada,
uma saída ou fuga da realidade,
invenção ou mero prazer do instinto?.






LEANDRO OCSEMBERG

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