O promotor e o réu
Olhe-me nos
olhos,
enfastiado
de ser livre, abreviado de cárcere ,
no soar das
trombetas e sua labaredas de fogo,
és meu
espirito se desprendendo de minha pele,
esvaziando
vorazmente o meu corpo,
e isto me
faz levitar,
sobre o
olhar acusador,
o promotor e
o réu,
entre provas
incendiadas
nas planícies
desertas do céu,
condene-me,
eu não
pertenço a isto aqui,
nenhum anjo
virá,
em
sentimentos despojados
fui desamparado
no olhar do esquecimento,
seus lamentos
aperfeiçoam o meu leito em pétalas,
a evidência
de que esteves aqui,
e isto me
faz levitar,
aos ouvidos como se entendesse,
ao toque que
se estendesse as mãos súplicas vazias,
nenhum anjo
virá,
eu não
pertenço a isto aqui.
LEANDRO
OCSEMBERG
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