Lagrimas a
luz de velas,
escorregando
suavemente
pelo cetim
da cortina amarela,
o som do
piano, a imagem dela revela,
a chama
ganha forma vazia sobre o vento,
a caneta ao
papel, desliza, escorrega,
e a dor
camuflada se revela,
infiltrada
ao sangue
trilhada a
árduo caminho do meu rosto alicerçado,
em meia taça
de vinho
ao lenço
borrado,
ébano gosto
saciável dos seus lábios de primavera,
no fino
integro de minha alma
como agulha
açoitando a pele, se penetra,
no broto
escuro do luar acalante
o som do
violino, minha armadura se quebra,
se fazes
assim, me queres ver em órbita de solidão?,
venha sobre
mim, desague-se nos laços pedintes
de alvoraçada
e desejada intensa paixão,
no clarão admirado
da aparição do teu olhar
meu ego ao
seu feitio se entrega.
LEANDRO
OCSEMBERG
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