quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O ANJO TRAIDOR
























De todas as coisas boas que fiz
de nada elas me constituíram,

destinado pelo alento divino
fiz das dores lindo sorrisos
mas me joguei ao descaso amargo,

me dissolvi ao trecho angustiante
do sabor dulcificado da carne,
fugi-me como traidor
pelo lindo sorriso de um face,

toda a alucinação começa em pó
que vaga em vestida neblina,
sem saber como era a dor
sei agora sentir suas feridas,

sem sombra para dialogar
ou dizer –me o que deveria,
sigo no acalanto sórdido do saber
que como anjo a esta diva eu serviria,

prezo-me em um detalhe
de uma única percepção,
era divino, mensagem do destino
executar minha prefulgência em sua missão,

eis me aqui, sem asas, com um imenso vago petrificado em meu coração.



LEANDRO OCSEMBERG

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