quarta-feira, 14 de novembro de 2012

DIAS DE GLÓRIA



















Quem cultiva a distância
colhe a saudade,
no desejo de uma criança
os fatos são curiosidade,

muitos se cansam de chorar
e de fingir certas alegrias,
outros deixam a dor os guiar
para o mar aberto das feridas,

o vento arrasta as lágrimas
que se espatifam ao chão,
lágrimas árduas que nascem de dia
lágrimas frias que senguem noite a dentro da escuridão,

a morte tem nos tocado
gentilmente como um ingênuo menino,
onde a vida brota em terra de arado
onde os tolos são os donos de seus abismos,

chove agora, muito mais no coração,
na garganta do opressor palavras de ódio,
sentimentos de horror e destruição,

em seu olhar mentiroso
canta a vitória ou a derrota,
mas é na pureza da verdade
que se tem dias de glórias.


LEANDRO OCSEMBERG

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