sexta-feira, 16 de março de 2012

O DISTRITO DO DIABO





















A ciranda está girando,

marcas na pele, rugas de luta,
no prato da morte pouca escolhas,

por que a vida esbanja luxurias
em mãos estendidas no olhar cego do poder
por números ou pessoas,

dividido em mil pedaços,
pobre deus socorrista de agonias,
não ouve prece, não sente esta febre
que a sorte humana desenhou,

sem morte, não há vida,
honra, cartas e jogos de dados
Brasília, o distrito do diabo,

projetos mentirosos, ou pura enganação?,
é melhor assim, perfeição sempre um sonho sem fim,
enquanto me devasto na miséria pobre e inventada para lucrar,

um colar de sentimentos em linha de parágrafo ditado,
o paraíso é uma joalheria, ou um banco que já foi roubado,

o jardim das ideias jaz vendido, mas nunca trocado
por um fardo genial e esculpido, pobre monumento este meu coração,
carregado de bons desejos, pisoteado por defeitos inventados,
brinquedos, ovos carne e pão, miseráveis donos da população,

é um jogo de mentiras todo este jogo,
no tabuleiro de Brasília, o distrito do diabo
que vai induzindo todo este pobre povo,

ensaiando suas ditaduras teatrais,
miséria, ganancia e superioridade,
um voto põem no lugar do poder um rato,

rato roedor de carne humana,
rato conspirador e traidor que pune nossas infâncias,

convém arrancar-lhe suas vestes e lhe lavar o caráter,
mas não só a esta contaminada a alma e o espírito,
Brasília, o distrito do diabo, a terra do verdadeiro inimigo.





LEANDRO OCSEMBERG

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