terça-feira, 13 de março de 2012

FILOSOFIA DO HORROR



























Outro dia no vermelho,

o suor correndo pela dor,
minha pele fervendo, meus olhos estremecendo
na porra desta sinfonia e sua cor,

estenda as mãos para tocar o sol,
povo iludido e mal tratado,
povo vendido por poucos trapos,

eu entreguei minhas armas
e desfiz meus caminhos, são apenas feridas pintadas,
feridas borradas nas lágrimas de crianças e seus pais,

me ajoelho diante da criação,
um sistema falho corrupto e manipulador,
suas filosofias são números de sorte ou montanhas de horror,

não é fácil relembrar que sou um numero em um pedaço de papel,
não, não sou sentimento, não sou leve como nuvens no céu,

sangrando em linhas paralelas,
inocentes não somos, não somos nenhuma pintura
nem ao menos uma folha caindo sobre o ar da primavera,

eu entreguei minhas armas,
e destruí todo o meu caminho,
velas acesas não vão iluminar minhas preces,

e que se foda essa porra de credibilidade,
provar quem sou é desnecessário ser,
entre animais engravatados e seus brinquedos,

cavando o meu buraco sobre o sol,
sobre o escuro tramando ganhar meu sangue,
sim, somos apenas um objeto vago e esquecido,
objeto empoeirado e vendido na estante, estante de sonhos,

pobre garoto que já se foi, morreu dentro de mim,
ver sorrisos felizes não é final feliz, e sim ver a dor alheia,

nas mãos de eleitos por justiça e honra
somos fantoches de suas tosses, fabricas de dor,
estamos vivendo em nossas poesias do dia a dia,

estamos apenas ouvindo nossas filosofias de horror.





LEANDRO OCSEMBERG.

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