Outro dia no vermelho,
o suor correndo
pela dor,
minha pele
fervendo, meus olhos estremecendo
na porra desta
sinfonia e sua cor,
estenda as mãos
para tocar o sol,
povo iludido e mal
tratado,
povo vendido por
poucos trapos,
eu entreguei
minhas armas
e desfiz meus
caminhos, são apenas feridas pintadas,
feridas borradas
nas lágrimas de crianças e seus pais,
me ajoelho diante
da criação,
um sistema falho
corrupto e manipulador,
suas filosofias
são números de sorte ou montanhas de horror,
não é fácil
relembrar que sou um numero em um pedaço de papel,
não, não sou
sentimento, não sou leve como nuvens no céu,
sangrando em
linhas paralelas,
inocentes não
somos, não somos nenhuma pintura
nem ao menos uma
folha caindo sobre o ar da primavera,
eu entreguei
minhas armas,
e destruí todo o
meu caminho,
velas acesas não
vão iluminar minhas preces,
e que se foda essa
porra de credibilidade,
provar quem sou é
desnecessário ser,
entre animais
engravatados e seus brinquedos,
cavando o meu
buraco sobre o sol,
sobre o escuro
tramando ganhar meu sangue,
sim, somos apenas
um objeto vago e esquecido,
objeto empoeirado
e vendido na estante, estante de sonhos,
pobre garoto que
já se foi, morreu dentro de mim,
ver sorrisos
felizes não é final feliz, e sim ver a dor alheia,
nas mãos de
eleitos por justiça e honra
somos fantoches de
suas tosses, fabricas de dor,
estamos vivendo em
nossas poesias do dia a dia,
estamos apenas
ouvindo nossas filosofias de horror.
LEANDRO OCSEMBERG.
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