sexta-feira, 2 de março de 2012

DO OUTRO LADO DA ESTRADA



















Ela havia derrubado
o café pela mesa,

em seus planos jogados pelo alto,
um sinal de que outra vez
acreditou em sentimentos desenhados,

em seu salto quebrado pela sala
vazia nos vasos sem flores de ideias prepotentes,
o sol se põem de novo fugindo outra vez,

ela já havia consultado sua sorte
nas cartas brancas de um baralho qualquer,
ouvindo suas próprias palavras monologas

outro dia no vermelho,

sem sorte ou azar para testar sua duvida,
na beira de um dose neurótica e eufórica
de suas emoções delirantes,

esqueceu de deixar um bom dia
para mim e eu corri até a saída
na porta da sala para tentar ouvi-la,


correndo sem trapos pelo corpo
natural como deve ser um louco,
esperançoso não chegará na ponta
do outro lado da estrada,

por que ela se esqueceu de si mesma,
deixando de olhar para o outro lado da estrada,

jogado no sofá seu estojo
de maquiagem nem notou a ausência em sua bolsa,

o espelho que reflete os erros
embaçado e sem brilho não viu sua sorte,

o vento acredita mais em mim do que ela mesma,
jogando poeira nos olhos sem intenção alguma,

ela nem notou minha presença do outro lado da estrada,
abraçada ao acaso de um simples desejo de sorrir infeliz,

necessariamente eu só precisava estar lá
para depois voltar pela calçada entre os latões vazios.







LEANDRO OCSEMBERG

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