sexta-feira, 16 de março de 2012

ADMIRADOR




















Uma voz no vento,

distante no tempo,
um brilho no escuro,
levemente tocando a face do mundo,

nenhum sábio irá decifrar,

rio desaguam-te,
oceanos de miragens e suas canoas,
outra árvore frutífera nas areias do deserto,

garoando feridas cavalgadas,
céu feito mel, vinho fino tinto,
um brinde nas paixões e suas formosuras,

sem ninguém para chorar
nenhum anjo virá na noite estrelada,
seu criador está almejando seu olhar aqui,

outra face estranha, linhas quebradas e borradas,
fitam-te navalhada nas águas turbulentas da chuva,

nenhum sábio poderá se surpreender
sem ninguém para aplaudir suas travessuras,

olhos fechados, sem ninguém
para levar o amor por entre as florestas dos desejos,

rio desaguam-te,
oceanos de miragens e suas ondas
no céu pintado nos olhos do admirador,

sem ninguém para interromper a tempestade,
nenhum sábio irá permanecer nas colinas,

se veste de vento,
e purpuriza-se de terras brilhantes,
o sol é o brilho do diamante em seu folego,

mas nenhum anjo virá do céu,
até que seus últimos dias, sejam dias bons.




LEANDRO OCSEMBERG

Nenhum comentário:

Postar um comentário