quarta-feira, 14 de março de 2012

NO OLHAR DE ROSITA























A estrada está escura,

luzes?? só de vagalumes,
e eu nem sei como pregar um prego na parede,

na parede das imaginações,

eu nunca estou brincando quando quero brincar de viver,
e eu nunca morro sabendo que vou morrer,

quando as luzes morrem,
a estrada se guiará só em meus pés calejados,

pobre sabedoria insana
me abandona e me deixa pensando como criança,

é somente uma verdade,
e infinitos são os olhares para a enxergar,
mas toda visão é diversificada para compreende-la,

ao não ser quando vejo o olhar de rosita,

aprisionado pelo portão eu vejo o fox,
pobre cachorro domesticado, as vezes lê o jornal comigo
pela manha de domingo quando não estou por ai largado,

as ruas se movem,
as pessoas em seus trajes particulares,
e eu só havia tomado uma xícara de café forte e adocicado,

para entender que ainda estou dormindo acordado,
e mal entendo essas letras, o jornal mal amassado,
o carro estacionado, sei lá onde me vi,

nesta luta corporal entre a mente e o juízo,
droga, eu nem sei quanto custa cada suspiro,
e a mangueira fechada está gotejando,

a não ser nos olhos de rosita, linda menina,
que me faz aspirar o veneno de boêmios apaixonados,

é água na sarjeta vinda de ruas acimas,
mas não tão forte em minha pele,
não tão ardente como febre,

o céu sempre fecha suas portas sem avisar,

simples como o vento,
estranho como o amor e seus defeitos,
como lindas rosas vermelhas
de caule farto e seus espinhos da vida,

mas eu, eu estou me lendo no olhar
e decifrando o tal amar no olhar de rosita.





LEANDRO OCSEMBERG

Nenhum comentário:

Postar um comentário