A vida é rotulada,
dentro do texto
vivido, ou fora das palavras,
a vida é um
deserto cheia de perigos,
minha mãe já havia
me dito,
não é fácil
desenhar a sorte nos muros,
muralhas que se põem
como conflitos,
meu sangue não
para,
seguindo o ódio e
seu perfume,
mas eu não me
perco, eu não me iludo,
eu ainda sou
criança que brinca
com meus velhos
brinquedos no quintal,
dentro dos muros
do meu mundo,
e meu chinelo com
o prego segurando a correia,
o mesmo que me
levava para colher os finais de feira,
que escorregam nos
meus pés, nos fins das tardes de temporal,
nunca foi difícil
entender
por que eu sei
sobre solidão,
eu nunca conheci o
meu pai
e nunca tive essa
tal pensão,
um brilho qualquer
no olhar,
não, eu não estou
falando de dinheiro,
e sim, estou
reclamando da falta de sentimentos,
felicidade, muitos
dizem sobre esse poder,
e eu pouco conheci
sobre ela,
como o vento no
rosto, eu soube na escola o que é sorrir,
uma mesa vazia,
sem nenhuma migalha de pão,
a sala esta vazia,
sem quadros, sem visitas,
viver não é só um
mar de emoção,
poucos sobem até o
alto da colina para ver,
e muitos voltam de
mãos vazias sem o que ter,
realmente é
preciso saber viver,
uma palavra de má
sorte
cria grandes
inimigos,
no fim do caminho
a morte
tão certa e
perigosa mas não assusta o homem menino,
ninguém disse que
seria fácil,
ninguém disse que
seria difícil chegar até aqui.
LEANDRO OCSEMBERG
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