Portas no escuro,
mil pensamentos em
olhares distorcidos,
paredes cheias de
rostos
pinturas de óleo
viscoso,
nenhum olhar
amigo,
por perto a sombra
do vazio,
portas no escuro,
um escuro amigo e
sombrio,
ao meu lado,
lágrimas tardias,
ao meu lado,
quebradas palavras
vingativas,
é um texto em seus
lábios
no ouvido de um
acusado,
os dedos na
parede,
marcas de
presságio absoluto,
ao meu lado,
gotas de um
veneno,
ao meu lado,
mãos sem ar
nenhum,
sem nenhum desejo,
portas no escuro,
no escuro da noite
eu me liberto de
mim mesmo,
são apenas gritos,
é apenas dor,
ao meu lado,
tão perto sinto
estranhos,
ao meu lado,
um degrau de
escadaria,
na face do sótão
sem janela
é a lua brilhando
atrás das árvores,
no escuro amigo e
sombrio de lágrimas tardias.
LEANDRO OCSEMBERG
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