Manipule-me,
queime meu
espírito
em sua chama viva,
refaça-me o viver,
no céu alto e purificado
há uma razão para
viver,
a morte brinda com
a vida
ilesas e árduas
feridas,
em um deslize das
lágrimas
de joelhos sou
todo seu,
cada segundo, cada
suspiro
que sopra de minha
vida,
abra-me os olhos
da cegueira
estreita e longa
que corre no
sangue do meu corpo,
o mesmo que o
banha de prazer
e torna o pecado
real em mim,
no riacho
cristalino
a beira da
figueira e o rouxinol,
o canto suave e
perseverante,
na disparada
assustada
de um coração,
ponha sua mão sobre mim,
o guerreiro que
não tem medo de morrer,
morrer por seu
amor, tem medo de viver,
viver e carregar
consigo a dor,
em minha última
visão
fraca como luzes
de velas,
olhe para mim, de
joelhos
com os olhos
carregados de medos
não deixe que
minha alma venha flagelar,
eu preciso te
abraçar do outro lado,
do outro lado da
ponte.
LEANDRO OCSEMBERG.
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