Está ficando difícil,
o corpo sente o
mesmo,
um coração, tão
igual a tantos outros,
um barco em um
oceano turbulento,
ondas e ventanias,
próximos as
margens,
nós estamos o
ferindo,
nós estamos nos
desviando, mais e mais,
abandonado para o
naufrágio
ferido magoado,
fraco e cansado,
uma luz que cega e
traz de volta
uma visão pura e
verdadeira,
um caminho de
sabedoria e vida
esquecido nas
baladas,
está deixando mais
fácil
um celular top de
linha,
uma carteira
abarrotada de dinheiro,
um carro luxuoso,
um status,
mães que choram
por seus filhos após meia noite,
corpos feridos
jogados as calçadas,
disparos e
atropelamentos
em meio a
bebedeira de alegrias,
na falta de um
abraço,
um amigo ao lado
em frente ao caixão,
despedidas e
suplicas pedindo justiça,
a mesma que
negamos na sabedoria dos nossos julgamentos,
não, não é um
favor,
é apenas uma
necessidade,
a compaixão em
erguer teu próximo
como um irmão e
sorrir com tom de felicidade,
quando há amor com
interesse
se você não cuida
dele, ele te abandona,
mas o amor nunca
te abandona
o sentimento
verdadeiro, a criação suprema,
nós somos os
mesmos, carne e sangue,
pele e ossos, mais
do que um monte de ideias ou palavras,
a dor não é tudo o
que temos.
LEANDRO OCSEMBEG
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