quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DISCORDÂNCIA




























Veja o vento,

transparente como o medo,

sinta o brilho dos olhos
quando eles se enchem perante você,

eu cutuco minha dor
cascas de feridas
deixadas na estrada,

não diga que é o destino,
que através dos erros aprendemos,
que esquecemos para perdoar,


ela está sugando tudo,
mas eu e você continuamos,

em trapos úmidos
eu enxugo suas lágrimas
e limpo o seu rosto avermelhado,

como meus dedos se encaixariam
perfeitamente entrelaçados nos seus,

ela está sugando tudo,
mas eu e você continuamos,

continuamos em nome do amor,

predestinados a carregar consigo
sua armadura de pele e ossos,
que se consome, e se devora sozinha,

em uma cama de dor
sempre espera o melhor,

um quarto escuro e assombrado
no topo da árvore de desejos
ao lado de brinquedos de um parque iluminado,

ela está vindo com seus truques
nos confrontar diante de si mesmo,

não diga que é o destino
lançarmos nosso sangue,

uma reviravolta na tempestade
para encontramos uns aos outros,

onde eu e você continuamos,

continuamos em nome do amor.



LEANDRO OCSEMBERG

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