Noites sem
letras,
leve-me para
escrever,
sem controle
ou tinta,
perdi a língua
deixada no tempo,
assassinada
pela democracia,
palavras
vivas, dentro de musicas,
palavras
distorcidas nas linhas da poesia,
pintadas em quadros
ou no olhar de uma menina,
pobre
espirito inquieto,
não, não é
assombração,
é falta de
benção em tom de dialeto,
leve-me para
sair,
perdi a língua
deixada no tempo,
assassinada
pela democracia,
eu nunca
mais vou viver na rima,
perambulando
pelas ruas nas cores das gírias,
eu quero ver
as curvas das letras
onde haja
tom romântico harmônico e intenso,
por que eu
não tenho mais uma agenda mental,
lá se vai
ele,
ele se vai,
pobre espirito infeliz
nascido no
ano de 1600,
triste, com
saudades de casa,
feliz,
lembrando do seu tempo,
eu nunca
mais vou viver na rima,
perambulando
pelas ruas nas cores das gírias,
língua sem
dó, amarrada sem nó,
assassinada
pela democracia.
LEANDRO
OCSEMBERG
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