terça-feira, 21 de agosto de 2012

LÍNGUA PORTUGUESA






















Noites sem letras,
leve-me para escrever,
sem controle ou tinta,

perdi a língua deixada no tempo,
assassinada pela democracia,

palavras vivas, dentro de musicas,
palavras distorcidas nas linhas da poesia,
pintadas em quadros ou no olhar de uma menina,

pobre espirito inquieto,
não, não é assombração,
é falta de benção em tom de dialeto,

leve-me para sair,
perdi a língua deixada no tempo,
assassinada pela democracia,

eu nunca mais vou viver na rima,
perambulando pelas ruas nas cores das gírias,

eu quero ver as curvas das letras
onde haja tom romântico harmônico e intenso,
por que eu não tenho mais uma agenda mental,

lá se vai ele,
ele se vai, pobre espirito infeliz
nascido no ano de 1600,

triste, com saudades de casa,
feliz, lembrando do seu tempo,

eu nunca mais vou viver na rima,
perambulando pelas ruas nas cores das gírias,

língua sem dó, amarrada sem nó,
assassinada pela democracia.




LEANDRO OCSEMBERG

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