sábado, 14 de janeiro de 2012

SEM SURPRESAS




























Dentro do silêncio,

um buraco em minha mente,

desfiando minha pele nas navalhas
que me cercam presas nas cabeças de olhares cegos,

a imagem de um deus,
em barro e gesso em seu altar de madeira,
em ferro e bronze o brilho da cegueira,

nossas suplicas são como o vento,
o enganador, nosso próprio eu no espelho,
então não diga que o diabo inventou a dor,
não deseje o amor que você nega há si mesmo,

não plante há esperança
ela não te alcançará se você continuar mendigando sentimentos,

uma certeza?,
nossas duvidas,
por que toda duvida é certa nas mãos,

uma razão?, o amor,
por que é dele que somos feitos,

assim como as lágrimas são plantadas e depois colhidas,
é todo o prazer que carregamos na bagagem de nossas vidas,

no espelho que brilha no escuro,
o reflexo de mim mesmo nos seus olhos,

sem surpresas nas horas tediosas,
sem surpresas nas horas milagrosas,

não há nenhum senhor abaixo das nuvens,
não há fúria em nossas almas e sim
apenas um racunho de ferrugem,

o céu e o inferno estão apenas desenhados em nossas mentes,
o céu e o inferno são artimanhas de nossas mentes.




LEANDRO OCSEMBERG

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