Palavras borradas,
em um livro negro
de escrituras sagradas,
vasos
aquebrantados na ventania
ventania que leva
o sangue na navalha,
diante de Deus
acusado por um pobre diabo,
eu não fiz nada
que me disseram,
eu pequei por meu
próprio intuito,
eu juguei meus
irmãos
eu os condenei por
minha boca,
assassinei suas
almas e destruir suas vidas
e não atirei
pedras por que me disseram para atirar,
eu sou o próprio
erro da humanidade,
sim, eu sou o
senhor do pecado,
a semelhança da
morte e semeador da flores da dor,
perder o lugar no
céu
é apenas um fato
trocado por ouro e prata,
nos anos oitenta
jugavase o caráter de um homem
hoje se julga sua
conta bancaria,
comparando vidas
na prateleira de um mercado
explodindo em ódio
alguém entra pelo corredor
e próximo ao caixa
saca sua arma e me alveja,
palavras de
desprezo e injurias,
do que adianta
ajoelhar-se,
para que invocar
perdão
se o perdão é para
si próprio,
não importa o
destino de uma vida
por que a jornada
é o caminho do destino,
a morte é a ponte
florida que leva longe,
longe onde Deus
está esperando,
então ferir para
se erguer é tudo o que há nas mãos,
tudo o que temos é
uma mentira de nossa invenção,
nosso prazer é
passar por cima dos outros
deixando Deus
assistir sem ao menos saber se ele realmente
alguma vez esteve
em nossas vidas,
usando o nome de
seu filho em prol de nosso próprio bem
e não ao bem dos
outros,
é tudo mentira,
toda nossa dor,
toda nossa vida,
todas as nossas
palavras, todas as nossas alegrias.
LEANDRO OCSEMBERG
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