sábado, 21 de janeiro de 2012

NO FUNERAL DE CRISTO





Mil noites estreladas,

o lugar parece estar vivo,

nenhum sinal, nenhuma luz,

o lugar parece estar vivo,
sangue em lágrimas, flores no tumulo,
o lugar onde pertenço, é este o seu caminho,

olhando o buraco mais uma vez
inacreditável, um vazio completo de esquecimento,

você procura um tempo dentro do tempo
para se confortar consigo mesmo,

matando seus defeitos e satisfazendo seus desejos,

está tão longe de acabar,

enquanto suas lágrimas desaparecem
um vulto em seus pensamentos trás de volta o ego,

as palavras estão se apagando,
a cegueira está quebrando as linhas do tempo,

se a luz falhar,
a escuridão será assombram-te,

se a luz se apagar,
a escuridão será predominante,

diga-me, quem tentou de novo?,
outra vez, outro choro nos ouvidos,

um abraço de paz entre palavras amigáveis,

erga a espada,
o cajado reflete a luz,
o caminho já estava escrito há milhares de noites atrás,

o lugar parece estar vivo,
uma presença leve como o vento no rosto,

sentindo que outra vez sou o que vejo,
um corpo sem vida, sem sentimentos,

ou apenas um objeto de desejo em minha carne esfolada nos olhos,

se a luz falhar,
nossos medos serão constantes,

se a luz se apagar,
nossa morte será abundante,

o lugar parece estar vivo,

eu ainda sinto sua vida na morte,
uma eternidade pura e santificada,


por que se sua luz se apagar,
nossas vidas não passaram de migalhas.







LEANDRO OCSEMBERG

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