Mil noites estreladas,
o lugar parece
estar vivo,
nenhum sinal,
nenhuma luz,
o lugar parece
estar vivo,
sangue em
lágrimas, flores no tumulo,
o lugar onde
pertenço, é este o seu caminho,
olhando o buraco
mais uma vez
inacreditável, um
vazio completo de esquecimento,
você procura um
tempo dentro do tempo
para se confortar
consigo mesmo,
matando seus
defeitos e satisfazendo seus desejos,
está tão longe de
acabar,
enquanto suas
lágrimas desaparecem
um vulto em seus
pensamentos trás de volta o ego,
as palavras estão
se apagando,
a cegueira está
quebrando as linhas do tempo,
se a luz falhar,
a escuridão será assombram-te,
se a luz se apagar,
a escuridão será
predominante,
diga-me, quem
tentou de novo?,
outra vez, outro
choro nos ouvidos,
um abraço de paz
entre palavras amigáveis,
erga a espada,
o cajado reflete a
luz,
o caminho já
estava escrito há milhares de noites atrás,
o lugar parece
estar vivo,
uma presença leve
como o vento no rosto,
sentindo que outra
vez sou o que vejo,
um corpo sem vida,
sem sentimentos,
ou apenas um
objeto de desejo em minha carne esfolada nos olhos,
se a luz falhar,
nossos medos serão
constantes,
se a luz se
apagar,
nossa morte será abundante,
o lugar parece
estar vivo,
eu ainda sinto sua
vida na morte,
uma eternidade
pura e santificada,
por que se sua luz
se apagar,
nossas vidas não
passaram de migalhas.
LEANDRO OCSEMBERG
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