segunda-feira, 29 de outubro de 2012

INOCÊNCIA





















Eu continuo à procurando,
noite a dentro, dias a fora,
e toda  aquela rebeldia..
um pretexto de fuga,

as cortinas do palco estão fechadas,
sem poesia, sem dança ou rima,
é a vida que continua cantando,

perdida, vendida ou abandonada,
onde fostes parar inocência de vida?,
acalanto de doces palavras,

as cortinas do palco estão fechadas,
pintando sentimentos, contornando mentiras,
o escritor morreu nas linhas de sua fantasia,

uma estrela no céu,
brilhante e envenenada,
sobre a superfície da pele desumana,
deve ter sido alguma lágrima de Deus,

há uma causa justa para isto,
amor e ódio, eu acabei de morrer
perdido no contrato fantasiado de sofrer,

há uma causa justa para isto,
o diário do tempo está vazio,
o crucificado pode me responder,

toda  aquela rebeldia era um pretexto de fuga,
eu deveria ter amado mais,
além das noites quentes de minha desonra.



LEANDRO OCSEMBERG

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