quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A POESIA FINAL





















Está longe,
deve ser algum tipo de câncer nos olhos,
ruptura dos ossos, em meios destroços,
deve ser algum tipo de câncer no colo,

é vermelho sangue, os sonhos que estão em mim
você desce dos céus com suas asas,
quem salvará as palavras?,

eu disse,
esta é a minha inspiração final,
você disse, não desista, não se renda,
você vai me avançar contra?,  é a sua desordem acidental,

uma fagulha no meu peito,
meu coração foi manchado,
é vermelho sangue os sonhos que estão em mim,

outra aparição de seu mandato,
você vai me assaltar?,  é a sua desordem acidental,
eu disse,
esta é a minha inspiração final,

eu não esqueci o que você disse,
quebre o meu espirito,
a verdade esta distraída e confusa, quem salvará os vocábulos?,
seus planos estão de volta na escadaria das ruínas,

meu coração foi tomado,
é vermelho sangue os sonhos que estão em mim,

eu disse,
esta é a minha inspiração final,
você vai me atacar?,  esta é minha posição final.



LEANDRO OCSEMBERG

FÚRIA HUMANA


























Folhas ao inverno,
em caídas, desgastadas em lágrimas,
folhas de sentimentos partidos,

nos lábios do vento,
sopra a inquisição diplomática do viver,
como acalantada chuva
é uma múrmura no olhar alucinado em se envolver,

em simplicidade,
desperta-se um vulcão,
fúria humana, varredura de ódio,
quer se alastrar ao açoite de colo,

mas não improvisas como as flores,

em seu voo noturno
lentamente como a lua,
misturado ao desatino de laços
se rompe na penumbra da rua,

é uma múrmura no olhar alucinado em se envolver,

desejo ou víscera na pele
destroçaste em enfurecer,
fúria humana, tão germino-as em túmulos de padecer.




LEANDRO OCSEMBERG

CARA A CARA




















As flores já haviam morrido,
embora você não tenha motivos,
eu encarei no profundo do seu olhar,

nós já vivemos isto antes,
embora você não tenha motivos
seu olhar me disse que estamos cara a cara,
eu acreditei que nós nunca nos perderíamos,

eu nunca me perdi do caminho,
embora eu acreditasse estar sozinho,
eu estou cara a cara com o meu próprio olhar,

oh não, eu vi,
minha outra metade por ai,
e eu nunca quis deixá-la partir,

eu achei que você nunca tinha existido,

embora você não tenha motivos,
embora eu acreditasse estar sozinho
eu estou cara a cara com o meu próprio olhar,

oh não, eu descobri,
minha outra metade por ai,
e eu nunca peguei em suas mãos,

embora você não tenha motivos,
seu olhar me disse que estamos cara a cara,

eu estou cara a cara com o meu próprio destino.


LEANDRO OCSEMBERG

RESSENTIMENTOS


























Palavras estilhaçadas,
versos que você citou,

o amor este cheio de amor,
em um sorriso, em um olhar,
no perfume de uma linda flor,

palavras dissolvidas,
rimas de poesias, eu não as criei,
elas já estavam escritas nas estrelas,

sobre o papel negro véu do céu,
eu apenas as juntei para você,

não estenda as mãos para tocá-las,
só o coração pode trazer elas até aqui,
não olhe como se você não soubesse,
uma vez eu vi no brilho do seus olhos
através daquele velho retrato, e novamente..

o amor este cheio de amor,
no profundo olhar, no desejo de te amar,
ou ao seu lado para sempre caminhar,

eu quero me ver livre disso tudo,
o amor constrói nossos sonhos e depois foge de nós,
você pode vê-lo?,  você o despertou,

o amor este cheio de amor,
o motivo para nunca deixa-la sozinha,
eu não sei porque, mas não me faça ficar,

eu nunca quis ficar sem você do meu lado.


LEANDRO OCSEMBERG

ESMERALDA NEGRA




















Dance amor,
em sua virtude espiritual,
eis que baila ao som do mundo
nossos desejos em nos alvorecer,

cante em tom sinfônico
todo o seu ser estrondoso,
onde morremos para viver,

em seu toque despertar,
eis que emana o acalantar das razões,
e seu furor tempestuoso, relampeja
a simples magica das paixões,

dance amor,
dance na visão sábia da criação,
faze-nos aceitar sua orquestra milagrosa
em tão árdua esmeralda negra da solidão,

és refúgio,
em profundo olhar admirador,
constatado ao meio fio da vida
em seus laços eternos de puro amor,

dance e cante meu baluarte de dor.


LEANDRO OCSEMBERG

sábado, 1 de dezembro de 2012

PAIXÃO IMPETUOSA














Lágrimas em pinturas de aquarela,
sobre o cair da chuva, a vidraça
a imagem de sua graça se revela,

dançante,
como os ventos boreais
sobre a luz do sol, meu coração se entrega,
em chamas de paixão eloquente,
os prados do paraíso se esfarela,

em seu longo vestido branco
meu olhar campeia vagarosamente,
apreciando o movimento impetuoso
do seu olhar que ao seu encanto me conecta,

em sinfonia de amor
és anjo, és ardor, és o pudor
no vago solitário do poeta,

reflexões arrebatadoras
de afago cantante,
o perfume de teu corpo é toda uma primavera,

o riacho negro de seus cabelos
flutuantes ao ar de inspiração
são as cachoeiras que meu ego dilacera,

és anjo, és ardor, és o pudor na paixão impetuosa do poeta.


LEANDRO OCSEMBERG

O DUETO DE UM POETA






















Os céus esta em chamas,
expressão poética que inflama,
suas veredas estão a degradar,

profundo espinho do ardor,
ao coração penetrado, enfiado,
derrama e chora lágrimas de amor,

queres brincar de devasta solidão,
em seu olhar, luz que trinca a escuridão,
doce e meiga parda de bela afeição,

és a sinfonia de minha aturada paixão,

dentro ao vulto luz de velas,
sou sombra presa ao rastro de sua cela,
estilhaçado, presa de sua caça,

ao cair, as estrelas se entregam ao crepúsculo,
te almejo em pensamento no dueto de um poeta,
ao som silencioso misterioso que nos abreja,

caído ao léu de seu pudor,
a silhueta no olhar embriagado de amor,
imaginação abominável  em te desejar,

doce e meiga parda de bela afeição,
meus cânticos são para te impetrar.



LEANDRO OCSEMBERG