sábado, 29 de janeiro de 2011

A CRUZADA





















Enquanto meu espírito cruzava o inferno,
no final da ponte eu vi um brilho forte,
tão imenso que eu quase me ceguei,

a dor jaz do outro lado do rio,
mas não tão profunda como o olhar do anjo,
que estava a me esperar no fim da cruzada,
ele iria me levar de encontro ao criador,

eu perguntaria face a face tudo o que me assola,
o por que de tanta mentira, o por que de tantos erros,
mas eu nem sei por que estou sangrando,

no fim da ponte eu pode perceber,
o sopro divino do livre arbítrio,
eu pode sentir a presença do enganador,

eu nunca quis perder o controle,
eu nunca quis criar estórias,
eu nem me sentei a mesa dos carniceiros,

em lágrimas voltei na caminhada pelo inferno,
e cheguei até o esconderijo do altíssimo,
mas antes passei por um quarto de escuridão,

no meio da caminhada o diabo tentou me convencer,
dentre o suicídio ao poder,
suas ilusões, sua magica, sua luxuria,
eu não pode me iludir, eu fugi,

o sol surgia, tocando o ouro e a prata
enchendo os olhos dos admiradores,
um rio de água cristalina surgia,

em seu leito, as figueiras,
onde o rouxinol cantava uma nova canção,
já estava tudo decidido, Deus sabia o que tinha de ser feito,

meus joelhos sangram esfolados ao chão,
meu espirito se quebra como cristal,
e meu coração bate fora do comum,

em minha frágil visão,
eu ainda vejo o rosto de um anjo,
mas não consigo mais me conter,
mal posso ficar de pé,

minha respiração...nem se houve.




LEANDRO OCSEMBERG

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