sexta-feira, 26 de novembro de 2010

AO MEU FILHO






















Enquanto no oeste, raios trincavam o céu,
eu vi uma falha na tempestade
dentro de uma escuridão profunda,

a ventania rasgava minha pele
e meu espírito se expôs tão frágil,
tão claro como as águas do rio da vida,

mas não se podia parar o tempo,
não naquele momento, não naquela hora,
seu olhar ainda me enxia por completo,

eu nunca disse que seria perfeito
eu nunca disse que estaria errado,
eu quis dizer que você é meu mundo,

como dois jovens de mãos dadas,
nós caminhávamos pelo jardim,
nós corríamos contra o vento,
nós nunca perdíamos há esperança,

o sol estava longe, mas não tão quanto
o brilho dos meus olhos quando te vejo,
tão simples é o amor quando se tem
uma única razão para viver,

em suas lágrimas eu me vejo
quando sua tristeza me toma,
em seu sorriso eu vivo,
vivo em um profundo coma,

o tempo é curto a cada suspiro,
mas se torna longo, duradouro
quando nos olhamos com carinho,

se cada estrela no céu fosse uma letra,
então elas seriam tudo o que quero dizer,
tudo o que tenho, tudo o que sinto por você,

lentamente meu coração se quebra
quando não estou ao seu lado,
mas ele se refaz com um raio
sempre que te vejo,

eu me completo quando estou com você.





LEANDRO OCSEMBERG.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O AMOR É O DOM DIVINO

















Eu não me lembro quando cheguei aqui,
e nem sei que inferno é este lugar,
no alto, eu vejo o fim de uma escadaria,
nuvens brancas, como os lírios da paz,

segui noite a dentro, dançando com almas,
eu vi um anjo, seus olhos brilhavam como
uma explosão devastadora em sedução,

seus sonhos presos em um castelo amarelo,
e entre as vidraças brancas como as nuvens
em seu olhar o desejo de se encontrar,

eu perguntaria face a face com o criador,
mas eu nunca perdi o controle,
eu nunca estive do seu lado,

eu vaguei milhas a dentro do lago,
fantasmagórico e obscuro de sua mente,
suas mãos eram como o controle de minha fúria,

como uma navalha a lágrima cortava-me o rosto,
então eu deveria ter partido a muito tempo,
eu apenas estava a te esperar me olhar,

face a face sou meu próprio erro,
se eu tivesse que perder algo,
o que perderia em troca do perdão?,

mas você nunca esteve lá,
você nunca disse se deveria,
é fácil escolher o que se vê,
é difícil ter o que se quer,

mais adiante, todo o cenário
de uma jornada está borrado,
todo orgulho se faz em poder,
o dom divino se acabou,

os anjos estão partindo,
eles estão subindo bem alto
o espelho da transparência se quebrou,

e eu já deveria ter partido deste lugar.




LEANDRO OCSEMBERG








terça-feira, 9 de novembro de 2010

ANJO DE LUZ

















Cubra-me esta noite,
toque-me o rosto em leve sopro
onde seus lábios saciam minha sede,

leve-me esta noite,
antes que a escuridão
venha e caia sobre mim,

em seus olhos eu vejo o campo,
tão verde e límpido, reluzente
como o amanhecer de um verão,

como um anjo de luz
seu espirito brilha,
seus lábios são como o rio
que desagua no oceano da felicidade,

em suas mãos eu vejo um coração,
e ele bate fortemente,
acorrentado por mil anos,

poderia ser o meu??

tão aquebrantado, e desiludido,
restaurado por seu amor inocente,

como as rosas morrem,
tão sutilmente no verão,
assim é a tristeza quando te vejo,

consumido em chamas, se põem
meu espírito ao seus desejos,
minha alma se quebra como um raio
em um céu, no céu do seu mundo,

como o ventania repentina
eu sinto sua presença,
eu sinto as suas asas
em meu eterno repouso,

tão longe, eu estarei daqui,
tão longe onde te acharei,
e te direi sobre o amor que um dia
eu tanto quis pra mim,

o seu amor.



LEANDRO OCSEMBERG