segunda-feira, 21 de julho de 2014

ADERÊNCIA




















É esta dor profunda, coagulante
que inflama em vistas leprosas,
nenhum cálice pagão jaz aqui,

eu estou na beira do fim,
e quando observo o começo..
tudo o que é divino foi dilacerado,

quando significávamos crianças..
nossas doses permaneciam em fluxo,
e eu ainda aplico um trago de inocência sobre mim,

o véu da noite cavalga sobre o gramado,
e sobre os pés.. o jardim esta aparado em gramas ressecadas de ganancias,

no olhar de um anjo abatido,
a dor abate amenamente como um ladrão,
e não ao refugio límpido de nossas uniões,

eu estou na beira do fim,
e quando observo o começo..
o ímpeto ao corpo és como um galardão,

em meu escasso desejo..
as estrelas brilham sobre a luz reluzente do ouro e da prata,
e não sobre ao dardo ébano imortal de meu espirito,

eu dreno o meu folego,
do ímpeto aos pés de meu corpo,

eu ainda aplico uma dose letal  de inocência sobre mim.



Leandro Ocsemberg

terça-feira, 17 de junho de 2014

LUCIDEZ




























Quanto auxilia uma lágrima?,
você realmente sabe o que é ser feliz?,
a vida te esbofeteia o semblante
toda vez que sonhos são pegos à prova,

quanto tempo leva para construir a beleza de uma vida?,
apague a luz,
eu preciso lacrimejar sozinho naquele velho canto úmido,

apague a luz,
um amor amigo, um mundo novo,
sonhos que brilham como o ouro,
e se eu estiver ficando louco?,

apague a luz,
as lágrimas ardem em passagem meu rosto,
por tanta mentira, por tantos desgostos,

um amor amigo,
um mundo novo,
e se isso for uma fantasia?, e se eu estiver ficando louco?,

eu preciso lacrimejar sozinho naquele velho canto úmido
toda vez que sonhos são contraídos à prova,

eu preciso lacrimejar,
e se isso for fantasia?, e se eu estiver ficando louco?,

apague a luz,
eu preciso conversar com os céus.




Leandro Ocsemberg      

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

TREM DA VERDADE



















Ela saltou do trem em movimento
e tudo oque restou foram as calúnias,
desvanecendo entre as nuvens..
seu nome esta em vermelho no mar de meus olhos,

ela saltou do trem em movimento,
e todas as nossas vidas se esfolam com a sua deficiência,

oh não,
são de queixas que escapamos de nós mesmos
sujando as linhas que conduzem os pés,

ela saltou do trem em movimento,
e a dor dói,  mas as vezes..
quando você deita ela para dormir
tudo oque vem..

oh não,
uma chaga na pele, e isto conflagra,
queima em nome de um amor,

desvanecendo entre as nuvens..
todas as nossas vidas se esfolam com a sua deficiência,

oh não,
ela saltou para o abismo,
e as vezes.. as vezes..
o fim te apanha no atalho que você ostenta para evita-lo.


Leandro Ocsemberg