Queime-me,
despeje suas lágrimas
em mim
enquanto o sol
surge frio no horizonte
e as horas
tediosas não passam,
olhando entre o
vento gelado
paralisado em mim
seu olhar me despedaça,
e o silêncio me
faz acorrentar-se aos enganos,
como um anjo fiz
questão de esquecer a luz
e caminhar agora
na escuridão é ser um só,
quando ouço o
dreno de seu folego
algo toma-me os
olhos largamente
pois sei que
alguma vez sua mão esteve aqui,
como o silêncio
das noites uivantes de luar sereno
a seta dourada do
amor desliza suavemente
nas mãos do
arqueiro cavalgante das estrelas,
e minha dor se
torna um riacho de saudades
através dos campos
de rosas azuis dos prados do paraíso,
abraçado a si
mesmo em contos de minha própria fantasia
iludido vai meu
corpo seduzido e arrastado
por que ela não
mais me sentirá,
solitária e
brilhante a lua expele
minhas lágrimas
negras
que não querem
sessar,
elas eram um
momento magico
quando você estava
em minha vida,
entre a porta dos
sonhos e a da realidade
o amor é uma seta
dourada
com sua ponta
envenenada
em tão profunda essência
de paixão,
como um anjo fiz
questão de esquecer a luz
e caminhar agora
na escuridão é ser um só,
carregando nas
mãos tão vivo e quente
o meu único e
eterno coração.
LEANDRO OCSEMBERG