quarta-feira, 26 de julho de 2023

UTOPIA DA GLÓRIA



É pouco, é louco,

montanhas de corpos estraçalhados,


Da coroa do rei ao trono

decapitados, murmurando  lamúrias de um povo escravizado,


Tirar-me ei da luz,

desprezeis tua singela alcatéia que com furor conduz ressentimentos,


és veneno nas palavras,

a virtude da bondade que sussurras ao relento,


tu dizeis, queres paz

com guerra infame, 

és fera esfomeada sedenta por sangue, 


tú cobiças vitória 

pisoteando os fracos, 

Em linhas douradas com seus trapos fantasiados de jóias,


podes ouvirdes agora?,

a alma que outrora fora morta dentro de ti?,


podes sentir-lhes agora?,

és a mesma proza,

utopia de glória ser feliz,


é pouco, é louco,

é o que és,

antes, depois e agora,


repousa em castelo de terra 

que o tempo borra e leva embora.


Leandro ocsemberg