segunda-feira, 21 de julho de 2014

ADERÊNCIA




















É esta dor profunda, coagulante
que inflama em vistas leprosas,
nenhum cálice pagão jaz aqui,

eu estou na beira do fim,
e quando observo o começo..
tudo o que é divino foi dilacerado,

quando significávamos crianças..
nossas doses permaneciam em fluxo,
e eu ainda aplico um trago de inocência sobre mim,

o véu da noite cavalga sobre o gramado,
e sobre os pés.. o jardim esta aparado em gramas ressecadas de ganancias,

no olhar de um anjo abatido,
a dor abate amenamente como um ladrão,
e não ao refugio límpido de nossas uniões,

eu estou na beira do fim,
e quando observo o começo..
o ímpeto ao corpo és como um galardão,

em meu escasso desejo..
as estrelas brilham sobre a luz reluzente do ouro e da prata,
e não sobre ao dardo ébano imortal de meu espirito,

eu dreno o meu folego,
do ímpeto aos pés de meu corpo,

eu ainda aplico uma dose letal  de inocência sobre mim.



Leandro Ocsemberg